Arlindo Macedo, jornalista em destaque da semana finda nas redes sociais
Fonte: Jornalistas de Angola - 25 de Abril 2016
Para esta semana trazemos uma das maiores vozes do jornalismo angolano e quadro Sénior da Rádio Nacional de Angola (RNA) o jornalista Arlindo Macedo.
Arlindo Macedo, Jornalista angolano |
Arlindo Manuel Macedo de Oliveira nasceu em Luanda há mais de 50 anos. Ele explica que não fez jornalismo porque quis mas porque precisou de emprego quando ainda era menor de idade. “Coincidiu eu ver o edifício da RNA, no Lobito, quando estava na varanda do apartamento de uma família amiga, quando pensei que se calhar ali podiam precisar de dactilógrafos. Sim, nunca pensei em jornalismo. Achava apenas que eu deveria saber dactilografar porque sempre me havia parecido fácil quando visse alguém – como se dizia – bater à máquina. E era curioso que eu havia crescido anos e anos defronte o antigo rádio clube da cidade, um dos mais prestigiados de sempre na Angola colonial e onde eu brincava no seu imenso quintal com pelo menos 3 campos de jogos e muito terreiro em torno, enfim, dava para nos perdermos e talvez por isso íamos lá muito e em bando brincar às escondidas e correrias com incidentais incursões na redacção e na área de manutenção e reparação do rádio clube, onde só nos toleravam por sermos crianças”, lembrou.
Mais adiante frisou que a sua tendência era para cursar entre Economia e Engenharia mecânica. “Mas, a vida dera uma volta e então estava a deixar o Liceu e a entrar em desespero de causa, pois nem recordo mais de que dinheiro sobrevivi esse primeiro mês e não era certo que o salário viesse 30 nem 60 dias depois, dado que tudo estava apenas a começar a acontecer”, explicou.
E teve sorte! Mandaram-no preencher uma ficha, escreveu tudo, inclusive a idade (era menor ainda!), as habilitações e o posto pretendido (dactilógrafo). “Debalde, o funcionário que me havia atendido voltou e contou que o Director recusara o pedido porque havia considerado que um estudante do Sétimo ano devia ser... locutor. E foi assim, sem ouvirem sequer minha voz primeiro, comecei a falar em menos duma hora”, eram 9 horas e pouco da manhã de 24 de Fevereiro de 1977. E assim passados 39 anos, direi que por mais que eu comece a reflexão partindo de outro pressuposto, eu sempre conclúo que os pais ou educadores, os irmãos mais velhos, são sempre os primeiros influenciadores com que nos cruzamos em casa e desde pequenos. No meu caso, meus pais não facilitavam quando não soubesse o significado duma palavra, pois mandavam-me ver no “Pai dos Burros” (nome carinhoso dado ao dicionário), assim como se desse um erro a escrever faria depois a cópia do texto inteiro se a caligrafia andasse a precisar de afinação, senão escreveria 100 vezes a mesma palavra para não a esquecer”, acrescentou Arlindo Macedo.
Já ingressado como locutor, depois locutor-redactor-repórter, posteriormente chegaria a realizador, primeiramente de segunda classe, e “nesse adensamento das experiências contei realmente com influências. “Começando por recordar-me quando tinha muitas dúvidas comportamentais na Locução e era invariávelmente Luísa Fançony, então Directora de Programas da RNA, e Mesquita de Lemos, Regente de Estúdios, quem me tiravam dúvidas e exemplificavam. Mas como locutor eu era constantemente influenciado demais por Manuel Berenguel, a quem achava divinal, vibrante, criativo e sempre muito dinâmico ao microfone e no estúdio, pois era igualmente um repórter notável para a época e os condimentos. Estávamos a viver uma fase da rádio como meio de informação massiva e de mobilização e que acabaria por dar à estação particular protagonismo, a par da TPA, Angop, Jornal de Angola e Enfoto, na cobertura da reconquista do território nacional e extensão da implantação das instituições novas do Estado, com que se viria a consolidar a República Popular de Angola”, detalhou.
Assim e nesse meio começou a dar os primeiros passos como repórter, algo em que também era diáriamente influenciado por dois colossos da RNA, Rui Carvalho e Francisco Simons, que, segundo o mesmo são “dois tratados em matéria do improviso e da oratória de mobilização, mas também da dramatização através do rádio, ambos também declamadores e reconhecidos homens completos da radiodifusão”. O nosso homenageado realçou também que ambos terão sido, com Luísa Fançony e Mesquita de Lemos, as pessoas das que mais se destacaram em guindar a RNA ao expoente que atingiu e de quem bebeu a melhor influência que haja recebido. “Espero um dia poder escrever e ser mais extensivo e abrangente, pois, teria de explicar como os sonoplastas, hoje meio desaparecidos, me influenciaram também. Realmente chego a temer que sumam do mapa todos os - pouquíssimos já - sonoplastas que restem, tal foi a vandalização do sector e dos seus termos, fruto do efeito causado na Rádio em língua portuguesa pela invasão de comentaristas desportivos lá, como cá, com seu vocabulário deficiente, mas que depressa vira credo para muitos que os escutam. De resto, é só repararmos no ambiente sonoro das emissões cheias de ruído e quebrando um protocolo com o Ouvinte, para quem e em função de quem foi criado um código de como se fazer rádio. Igualmente atónito deixa-me o facto de após os comentaristas, também os DJs e MCs estarem a aportar às rádios FMs e logo de entrada a ditarem a lei dos seus costumes e a levarem as emissões para o passatempo e a diversão, em detrimento de melhor qualidade de texto e de audio dos conteúdos no rádio”, lamentou.
A sua vasta experiência inclui passagem pelas redacções de notícias e de programas da RNA e outras estações onde esteve como enviado especial ou a quem também serviu como correspondente; no quadro do intercâmbio da RNA com outras rádios foi diversas vezes indicado para o fazer, sucessivamente para a BBC de Londres, TSF de Lisboa, RFI de Paris e Voz da Alemanha de Colónia.
Mais adiante frisou que a sua tendência era para cursar entre Economia e Engenharia mecânica. “Mas, a vida dera uma volta e então estava a deixar o Liceu e a entrar em desespero de causa, pois nem recordo mais de que dinheiro sobrevivi esse primeiro mês e não era certo que o salário viesse 30 nem 60 dias depois, dado que tudo estava apenas a começar a acontecer”, explicou.
E teve sorte! Mandaram-no preencher uma ficha, escreveu tudo, inclusive a idade (era menor ainda!), as habilitações e o posto pretendido (dactilógrafo). “Debalde, o funcionário que me havia atendido voltou e contou que o Director recusara o pedido porque havia considerado que um estudante do Sétimo ano devia ser... locutor. E foi assim, sem ouvirem sequer minha voz primeiro, comecei a falar em menos duma hora”, eram 9 horas e pouco da manhã de 24 de Fevereiro de 1977. E assim passados 39 anos, direi que por mais que eu comece a reflexão partindo de outro pressuposto, eu sempre conclúo que os pais ou educadores, os irmãos mais velhos, são sempre os primeiros influenciadores com que nos cruzamos em casa e desde pequenos. No meu caso, meus pais não facilitavam quando não soubesse o significado duma palavra, pois mandavam-me ver no “Pai dos Burros” (nome carinhoso dado ao dicionário), assim como se desse um erro a escrever faria depois a cópia do texto inteiro se a caligrafia andasse a precisar de afinação, senão escreveria 100 vezes a mesma palavra para não a esquecer”, acrescentou Arlindo Macedo.
Já ingressado como locutor, depois locutor-redactor-repórter, posteriormente chegaria a realizador, primeiramente de segunda classe, e “nesse adensamento das experiências contei realmente com influências. “Começando por recordar-me quando tinha muitas dúvidas comportamentais na Locução e era invariávelmente Luísa Fançony, então Directora de Programas da RNA, e Mesquita de Lemos, Regente de Estúdios, quem me tiravam dúvidas e exemplificavam. Mas como locutor eu era constantemente influenciado demais por Manuel Berenguel, a quem achava divinal, vibrante, criativo e sempre muito dinâmico ao microfone e no estúdio, pois era igualmente um repórter notável para a época e os condimentos. Estávamos a viver uma fase da rádio como meio de informação massiva e de mobilização e que acabaria por dar à estação particular protagonismo, a par da TPA, Angop, Jornal de Angola e Enfoto, na cobertura da reconquista do território nacional e extensão da implantação das instituições novas do Estado, com que se viria a consolidar a República Popular de Angola”, detalhou.
Assim e nesse meio começou a dar os primeiros passos como repórter, algo em que também era diáriamente influenciado por dois colossos da RNA, Rui Carvalho e Francisco Simons, que, segundo o mesmo são “dois tratados em matéria do improviso e da oratória de mobilização, mas também da dramatização através do rádio, ambos também declamadores e reconhecidos homens completos da radiodifusão”. O nosso homenageado realçou também que ambos terão sido, com Luísa Fançony e Mesquita de Lemos, as pessoas das que mais se destacaram em guindar a RNA ao expoente que atingiu e de quem bebeu a melhor influência que haja recebido. “Espero um dia poder escrever e ser mais extensivo e abrangente, pois, teria de explicar como os sonoplastas, hoje meio desaparecidos, me influenciaram também. Realmente chego a temer que sumam do mapa todos os - pouquíssimos já - sonoplastas que restem, tal foi a vandalização do sector e dos seus termos, fruto do efeito causado na Rádio em língua portuguesa pela invasão de comentaristas desportivos lá, como cá, com seu vocabulário deficiente, mas que depressa vira credo para muitos que os escutam. De resto, é só repararmos no ambiente sonoro das emissões cheias de ruído e quebrando um protocolo com o Ouvinte, para quem e em função de quem foi criado um código de como se fazer rádio. Igualmente atónito deixa-me o facto de após os comentaristas, também os DJs e MCs estarem a aportar às rádios FMs e logo de entrada a ditarem a lei dos seus costumes e a levarem as emissões para o passatempo e a diversão, em detrimento de melhor qualidade de texto e de audio dos conteúdos no rádio”, lamentou.
A sua vasta experiência inclui passagem pelas redacções de notícias e de programas da RNA e outras estações onde esteve como enviado especial ou a quem também serviu como correspondente; no quadro do intercâmbio da RNA com outras rádios foi diversas vezes indicado para o fazer, sucessivamente para a BBC de Londres, TSF de Lisboa, RFI de Paris e Voz da Alemanha de Colónia.
A primeira redacção e que considera ter sido mais profunda como experiência foi quando chegou do Lobito aos Estúdios Centrais da RNA, de meados de 1978 e até finais dos anos 80, pois era uma Redacção cheia de gente bastante culta antes de mais e cujos turnos eram à vez, redacção ou tertúlia, “dependendo de as notícias seguintes já estarem prontas e haver tempo para reatar o debate”, explica ele. Nos começos dos Anos 80 manteve ainda uma prolongada colaboração com a TPA na fase inicial da sua produção desportiva, mas onde também chegou a moderar debates políticos, além de desportivos e ainda e por um tempo apresentaria um programa recreativo de domingo, por vezes interligado à redacção. E já mais recentemente fez duas temporadas, “creio que as últimas da carreira, quando comentei para a SuperSport da DSTV, tendo frequentado intensamente essa redacção. Na Imprensa já realizou trabalhos para as redações do Jornal de Angola e também do primeiro semanário privado que houve nos primórdios da Segunda República, de 1993 a 1994, “Correio Da Semana”, tendo estado em todas as suas nove edições, até ser vendido e depressa submergir.
Outras grandes redacções que também frequentou foram quando estive ao serviço da CAF e da FIFA, cujas divisões de comunicação são formadas por jornalistas consagrados e cuja funcionalidade é bastante interactiva.
Solteiro, Arlindo Macedo tem uma filha e diz que o seu Hobby é “ver, ler e ouvir”; e que defeitos tem este jornalista? “demasiado crédulos e altruísta”, ele respondeu. Virtudes? “Lealdade”.
Em criança e adolescente recebeu todos os sacramentos católicos. Gosta da música em geral. “Para imortalizar os meus primeiros preferidos destacarei Fela Kuti ou Prince Nico Mbarga e Rockafil Jazz (Nigéria), Manu Dibango ou Toto Guillaume ou Tala André Marie (Camarões), Rochereau ou Taby Ley ou ainda Trio Madjesi com Matadidi Mario e uma série de orquestras com realce para Zaiko Langa Langa ou a Lipua Lipua (Congo), a cantora Sibongile Khumalo, o saxofonista Hugh Masekela ou o pianista Abdulla Ibrahim (África do Sul). Um exercício injusto, o desta selecção. Ficou fácil depreender que então também gostarei de Jazz e Blues, mas também de Soul, Funk e R&B, Pop, Rock mais na vertente ligeira ou sinfónica, e ritmos jovens como Hip-Hop, House ou Kuduro. Mais injusto seria descartar da resposta que também gosto de música popular de Angola, com realce para os ritmos Semba, Kazucuta e Kilapanda, ou ainda e infalívelmente para os clássicos da música Clássica e opereta, em volume quase baixinho, para certas ocasiões de estudo e trabalho. Enquanto locutor, apresentando programas e mesmo fazendo emissão, tocava de tudo conforme o guião mandasse e quando fosse eu o realizador, respeitava a mesma diversidade e curva de balanço, pois considera que na rádio “é preciso tocar o que os ouvintes preferem, em vez dos nossos gostos pessoais”. E mais injusto ainda seria descartar da resposta que também gosto de música popular de Angola, com realce para os ritmos Semba, Kazucuta e Kilapanda, ou ainda e infalívelmente para os clássicos da música Clássica e opereta, em volume quase baixinho, para certas ocasiões de estudo e trabalho.
Actores, actrizes e filmes predilectos: “Eis outro exercício de selecção quase impossível, mas não posso e nem consigo trazer para aqui todos os que já me agradaram. em miúdo vi filmes que me marcaram, como a saga da guerra de cessação nos Estados Unidos “O Vale da Honra”, as comédias de Chaplin e Mário Moreno “Cantinflas” ou ainda o histórico “A Batalha das Ardenas”, e aqui estava eu já mais crescidinho, e foi o período em que apreciava acção, artes marciais e western (filmes de vaqueiros) e em especial as sagas Ringo com Giuliano Gemma, Trinitá com Terence Hill e Bambino, e 007 James Bond que rende há mais de meio século. Nunca fui muito com exagerada teatralização nos western clássicos de John Wayne, mas havia descoberto outras preferências e actores como Robert Redford, Sydney Poitier, Fabio Testi, Marcelo Mastroianni, Clint Eastwood, Robert de Niro, Al Pacino, Gene Hackman, Kevin Costner, Morgan Freeman e seu grande amigo Jack Nicholson. Nessa época via também muito filme francês e os meus preferidos eram Louis de Funès, Alain Delon, Jean Paul Belmondo, Philipe Noiret, Jean Louis Trintingnant, e mais recentemente Gerard Depardieu e Jean Reno. Vieram a seguir e destaco os actores Denzel Washington, Leonardo Di Caprio, Tommy Lee Jones, Will Smith, Samuel Jackson, John Travolta, Tom Cruise, Nicholas Cage, Brad Pitt, Matt Damon e Liam Neeson. Da mais novíssima geração estou a gostar em particular de Idris Elba, Clive Owen e Jason Statham, pelo carisma. E se pareci machista, deixem-me acrescentar que eu tenho na realidade as minhas actrizes preferidas pela sua elegância e desempenho, embora as mais das vezes as tivesse visto como actor secundário, do que a liderar elencos e em cabeça de cartaz; são, por exemplo, os casos de Barbara Streisend, Jane Fonda, Annie Girardot, Nathalie Delon, Sofia Loren, e mais recentemente Meryl Streep, Julia Roberts, Queen Latifah, Halle Berry e Charlize Theron, embora nos escape sempre algum nome igualmente merecedor. Finalmente e entre os realizadores, apesar de gostar mais de filmes históricos, de acção e comédia, eu preferi entre os directores (realizadores) o também actor Charlie Chaplin, Francis Ford Coppola, Martin Scorcese, Oliver Stone, George Lucas, Steve Spielberg, Clint Eastwood, James Cameron, Spike Lee e últimamente Quentin Tarantino, também actor em alguns dos seus filmes.
Quanto a novelas refere que não vê mais televisão como antes mas recordou Paulo Gracindo na pele de Odorico Paraguaçu em “O Bem-Amado”, novela de Dias Gomes para a TV Globo, onde contracena o não menos gigante intérprete, Lima Duarte.
O prato típico elegido por Arlindo Macedo é o calulú, moamba de dendém e jinguinga de cabrito, se fosse de África diria também Frango à Zambeziana, a galinha de churrasco à moda moçambicana do Zambeze e que é servida pincelada com molho de coco, ou o Cous-cous marroquino, que difere em condimentação para melhor que o argelino, líbio e tunisino, ou ainda ainda o Peixe frito à ganesa com arroz jollof ou wolof. “Há sobretudo uma galinha grelhada em fogareiro e vendida na rua, embrulhada em papel pardo escuro, no Togo, que é de comer e chorar por mais. Quem esteve no CAN no Ghana deve ter podido provar. Mas tem muito boa comida típica em todo o lado, seja no México, ou no Azerbaijão, ou Turquia, ou mesmo Egipto, para citar sítios onde gostaria de voltar a comer e saborear o que ali conheci”.
Nos momentos livres Arlindo Macedo recorda que antigamente gostava de sair de casa, pegar no carro. Actualmente gosta de aproveitar os motores de busca da Internet e pesquisar coisas, descobrir, aprender, e ora gravo a página para depois ler, ora imprime logo.
Sobre a literatura e escritores que gosta Arlindo Macedo faz questão de frisar que não é muito de novelas nem romances, mas tem lido livros técnicos, históricos e de História. “Tenho estudado o fenómeno na Rádio e lido “A Rádio Na Era Da Informação”, de Meditsch, conjugadamente com “Todos Falam, Poucos Comunicam”, de Maxwell. Não cheguei ao fim da leitura de “O Futuro Do Poder”, de Nye Jr., que começara a ler induzido pela leitura de “A Transformação Da Política”, de Innenarity. Voltando ao primeiro tópico dado, estou para reler “A Linguagem Jornalística”, de Lage, e “Media, Redes e Comunicação, Futuros Presentes”, de Cardoso/Cádima/Cardoso, pois, as coisas estão a transformar-se depressa e volumosamente, sendo preciso perceber para onde estamos a ir e com o que poder contar. De Angola comecei a ler algo que me haviam emprestado e preciso devolver em breve, “O Prazer Da Leitura”, para ler Ondjaki e conhecer Afonso Cruz, Onésimo Teotónio, Ricardo Adolfo e Dulce Cardoso, que nunca antes havia podido ler”, respondeu.
Tal como a todos os homenageados perguntamos-lhe sobre as suas figuras nacionais de eleição ao que respondeu que há várias a merecer destaque, mas num mundo donde ainda emergem reinos e reinados entende que termos uma rainha viva, em vez de fazer apenas invocações históricas de reis e rainhas como Nginga e Ekuikui, é de destacar a Rainha Nhakatolo, do Moxico e do Povo Luvale; e pelo seu incomparável protagonismo, assim como pela sua coragem, empenho e determinação, o general Higino Carneiro, um exemplo a não ignorar da adaptação e metamorfose funcional do homem. Como figura Internacional citou Nelson Mandela e o Papa Francisco pelo bem que já fez ao mundo, começando pelo que já fez pela reaproximação entre líderes religiosos quer do diverso mundo cristão, quer com os islâmicos, e depois por ter conseguido levar Obama a Cuba.
“É difícil sonhar sobre Angola, os Angolanos parecem só saber em minoria o que querem e para onde vamos. A maioria vive aos apalpões, até dos bolsos para saber quanto troco lhe resta ainda. Mas já seria feliz se melhorassem os sistemas de saúde e de ensino, que são para mim o mais importante dos mecanismos numa sociedade, por sempre garantirem a um país a sua juventude, os desportistas, os recursos humanos duma maneira geral e os técnicos em particular de que precisa para ser viável, cada vez mais autónomo e feliz, para começar.
Das cidades do país (conhece todas excepto Ondjiva e Uíge) e pelos critérios de oferta, proximidade do mar, turismo e lazer, assim como pela paisagem e maior limpeza, ambiente e clima, destacou Lobito e Lubango. E no estrangeiro: Cape Town, Paris, Nova Iorque.
Enquanto repórter destaca quando em distintas ocasiões entrevistou os Presidentes da República de Angola, Dr. António Agostinho Neto e Eng. José Eduardo dos Santos, embora sempre muito breves e circunstanciais, frisou.
Esta semana foi sem sombras de dúvidas, este excelente e grande profissional do jornalismo angolano Arlindo Macedo.
Parabéns! Continue a ser este excelente profissional, com dedicação e competências.
Outras grandes redacções que também frequentou foram quando estive ao serviço da CAF e da FIFA, cujas divisões de comunicação são formadas por jornalistas consagrados e cuja funcionalidade é bastante interactiva.
Solteiro, Arlindo Macedo tem uma filha e diz que o seu Hobby é “ver, ler e ouvir”; e que defeitos tem este jornalista? “demasiado crédulos e altruísta”, ele respondeu. Virtudes? “Lealdade”.
Em criança e adolescente recebeu todos os sacramentos católicos. Gosta da música em geral. “Para imortalizar os meus primeiros preferidos destacarei Fela Kuti ou Prince Nico Mbarga e Rockafil Jazz (Nigéria), Manu Dibango ou Toto Guillaume ou Tala André Marie (Camarões), Rochereau ou Taby Ley ou ainda Trio Madjesi com Matadidi Mario e uma série de orquestras com realce para Zaiko Langa Langa ou a Lipua Lipua (Congo), a cantora Sibongile Khumalo, o saxofonista Hugh Masekela ou o pianista Abdulla Ibrahim (África do Sul). Um exercício injusto, o desta selecção. Ficou fácil depreender que então também gostarei de Jazz e Blues, mas também de Soul, Funk e R&B, Pop, Rock mais na vertente ligeira ou sinfónica, e ritmos jovens como Hip-Hop, House ou Kuduro. Mais injusto seria descartar da resposta que também gosto de música popular de Angola, com realce para os ritmos Semba, Kazucuta e Kilapanda, ou ainda e infalívelmente para os clássicos da música Clássica e opereta, em volume quase baixinho, para certas ocasiões de estudo e trabalho. Enquanto locutor, apresentando programas e mesmo fazendo emissão, tocava de tudo conforme o guião mandasse e quando fosse eu o realizador, respeitava a mesma diversidade e curva de balanço, pois considera que na rádio “é preciso tocar o que os ouvintes preferem, em vez dos nossos gostos pessoais”. E mais injusto ainda seria descartar da resposta que também gosto de música popular de Angola, com realce para os ritmos Semba, Kazucuta e Kilapanda, ou ainda e infalívelmente para os clássicos da música Clássica e opereta, em volume quase baixinho, para certas ocasiões de estudo e trabalho.
Actores, actrizes e filmes predilectos: “Eis outro exercício de selecção quase impossível, mas não posso e nem consigo trazer para aqui todos os que já me agradaram. em miúdo vi filmes que me marcaram, como a saga da guerra de cessação nos Estados Unidos “O Vale da Honra”, as comédias de Chaplin e Mário Moreno “Cantinflas” ou ainda o histórico “A Batalha das Ardenas”, e aqui estava eu já mais crescidinho, e foi o período em que apreciava acção, artes marciais e western (filmes de vaqueiros) e em especial as sagas Ringo com Giuliano Gemma, Trinitá com Terence Hill e Bambino, e 007 James Bond que rende há mais de meio século. Nunca fui muito com exagerada teatralização nos western clássicos de John Wayne, mas havia descoberto outras preferências e actores como Robert Redford, Sydney Poitier, Fabio Testi, Marcelo Mastroianni, Clint Eastwood, Robert de Niro, Al Pacino, Gene Hackman, Kevin Costner, Morgan Freeman e seu grande amigo Jack Nicholson. Nessa época via também muito filme francês e os meus preferidos eram Louis de Funès, Alain Delon, Jean Paul Belmondo, Philipe Noiret, Jean Louis Trintingnant, e mais recentemente Gerard Depardieu e Jean Reno. Vieram a seguir e destaco os actores Denzel Washington, Leonardo Di Caprio, Tommy Lee Jones, Will Smith, Samuel Jackson, John Travolta, Tom Cruise, Nicholas Cage, Brad Pitt, Matt Damon e Liam Neeson. Da mais novíssima geração estou a gostar em particular de Idris Elba, Clive Owen e Jason Statham, pelo carisma. E se pareci machista, deixem-me acrescentar que eu tenho na realidade as minhas actrizes preferidas pela sua elegância e desempenho, embora as mais das vezes as tivesse visto como actor secundário, do que a liderar elencos e em cabeça de cartaz; são, por exemplo, os casos de Barbara Streisend, Jane Fonda, Annie Girardot, Nathalie Delon, Sofia Loren, e mais recentemente Meryl Streep, Julia Roberts, Queen Latifah, Halle Berry e Charlize Theron, embora nos escape sempre algum nome igualmente merecedor. Finalmente e entre os realizadores, apesar de gostar mais de filmes históricos, de acção e comédia, eu preferi entre os directores (realizadores) o também actor Charlie Chaplin, Francis Ford Coppola, Martin Scorcese, Oliver Stone, George Lucas, Steve Spielberg, Clint Eastwood, James Cameron, Spike Lee e últimamente Quentin Tarantino, também actor em alguns dos seus filmes.
Quanto a novelas refere que não vê mais televisão como antes mas recordou Paulo Gracindo na pele de Odorico Paraguaçu em “O Bem-Amado”, novela de Dias Gomes para a TV Globo, onde contracena o não menos gigante intérprete, Lima Duarte.
O prato típico elegido por Arlindo Macedo é o calulú, moamba de dendém e jinguinga de cabrito, se fosse de África diria também Frango à Zambeziana, a galinha de churrasco à moda moçambicana do Zambeze e que é servida pincelada com molho de coco, ou o Cous-cous marroquino, que difere em condimentação para melhor que o argelino, líbio e tunisino, ou ainda ainda o Peixe frito à ganesa com arroz jollof ou wolof. “Há sobretudo uma galinha grelhada em fogareiro e vendida na rua, embrulhada em papel pardo escuro, no Togo, que é de comer e chorar por mais. Quem esteve no CAN no Ghana deve ter podido provar. Mas tem muito boa comida típica em todo o lado, seja no México, ou no Azerbaijão, ou Turquia, ou mesmo Egipto, para citar sítios onde gostaria de voltar a comer e saborear o que ali conheci”.
Nos momentos livres Arlindo Macedo recorda que antigamente gostava de sair de casa, pegar no carro. Actualmente gosta de aproveitar os motores de busca da Internet e pesquisar coisas, descobrir, aprender, e ora gravo a página para depois ler, ora imprime logo.
Sobre a literatura e escritores que gosta Arlindo Macedo faz questão de frisar que não é muito de novelas nem romances, mas tem lido livros técnicos, históricos e de História. “Tenho estudado o fenómeno na Rádio e lido “A Rádio Na Era Da Informação”, de Meditsch, conjugadamente com “Todos Falam, Poucos Comunicam”, de Maxwell. Não cheguei ao fim da leitura de “O Futuro Do Poder”, de Nye Jr., que começara a ler induzido pela leitura de “A Transformação Da Política”, de Innenarity. Voltando ao primeiro tópico dado, estou para reler “A Linguagem Jornalística”, de Lage, e “Media, Redes e Comunicação, Futuros Presentes”, de Cardoso/Cádima/Cardoso, pois, as coisas estão a transformar-se depressa e volumosamente, sendo preciso perceber para onde estamos a ir e com o que poder contar. De Angola comecei a ler algo que me haviam emprestado e preciso devolver em breve, “O Prazer Da Leitura”, para ler Ondjaki e conhecer Afonso Cruz, Onésimo Teotónio, Ricardo Adolfo e Dulce Cardoso, que nunca antes havia podido ler”, respondeu.
Tal como a todos os homenageados perguntamos-lhe sobre as suas figuras nacionais de eleição ao que respondeu que há várias a merecer destaque, mas num mundo donde ainda emergem reinos e reinados entende que termos uma rainha viva, em vez de fazer apenas invocações históricas de reis e rainhas como Nginga e Ekuikui, é de destacar a Rainha Nhakatolo, do Moxico e do Povo Luvale; e pelo seu incomparável protagonismo, assim como pela sua coragem, empenho e determinação, o general Higino Carneiro, um exemplo a não ignorar da adaptação e metamorfose funcional do homem. Como figura Internacional citou Nelson Mandela e o Papa Francisco pelo bem que já fez ao mundo, começando pelo que já fez pela reaproximação entre líderes religiosos quer do diverso mundo cristão, quer com os islâmicos, e depois por ter conseguido levar Obama a Cuba.
“É difícil sonhar sobre Angola, os Angolanos parecem só saber em minoria o que querem e para onde vamos. A maioria vive aos apalpões, até dos bolsos para saber quanto troco lhe resta ainda. Mas já seria feliz se melhorassem os sistemas de saúde e de ensino, que são para mim o mais importante dos mecanismos numa sociedade, por sempre garantirem a um país a sua juventude, os desportistas, os recursos humanos duma maneira geral e os técnicos em particular de que precisa para ser viável, cada vez mais autónomo e feliz, para começar.
Das cidades do país (conhece todas excepto Ondjiva e Uíge) e pelos critérios de oferta, proximidade do mar, turismo e lazer, assim como pela paisagem e maior limpeza, ambiente e clima, destacou Lobito e Lubango. E no estrangeiro: Cape Town, Paris, Nova Iorque.
Enquanto repórter destaca quando em distintas ocasiões entrevistou os Presidentes da República de Angola, Dr. António Agostinho Neto e Eng. José Eduardo dos Santos, embora sempre muito breves e circunstanciais, frisou.
Esta semana foi sem sombras de dúvidas, este excelente e grande profissional do jornalismo angolano Arlindo Macedo.
Parabéns! Continue a ser este excelente profissional, com dedicação e competências.
Todos Direitos Autoras Desta Publicação São Reservados à Página Oficial dos Jornalistas de Angola
Luanda, 25 Abril de 2016
Repórteres em Serviço, Entrevista, Texto, Edição e Correcção:
Repórteres em Serviço, Entrevista, Texto, Edição e Correcção:
É da inteira responsabilidade da equipa de
"O Jornalista da Semana em Angola"
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