17:25 O Jornalista da Semana em Angola 0 Comments



Adebayo Vunge, jornalista em destaque da semana finda nas redes sociais


Fonte: Jornalistas de Angola - 21 de Março 2016


Esta semana é dedicada a Adebayo Emanuel João Vunge, nascido a 9 de Dezembro de 1981, no município do Rangel, concretamente no Marçal, e cresceu na Vila-Alice.
Adebayo Vunge, Jornalista angolano

Ao longo da sua carreira revela que “algumas pessoas criaram em mim esse fascínio” e indica Francisco Simons, Joaquim Gonçalves, Ernesto Bartolomeu entre outros. Trabalhou para várias publicações onde diz ter tido passado “pelo choque” da a profissão e tendo tidoa oportunidade de trabalhar com “jornalistas de fina estampa”: Victor Aleixo, Carlos Miranda, Américo Gonçalves, Graça Campos, Reginaldo Silva ou Telmo Augusto, João Melo, Gustavo Costa, Victor Silva e uma fornalha de jovens amigos, da sua geração, que Adebayo Vunge diz que “nos fazem acreditar”: Mário Vaz, Alexandre Cose, Estanislau Garcia, Rossana Miranda, Pedro Cardoso, Suzana Mendes, Tandala Francisco, Miguel Gomes “e muitos outros de que não me recordo agora, mas que pela qualidade do seu trabalho e dedicação merecem a minha viva admiração”.
Lembra que trabalhou para o Angolense, logo aquando do surgimento, tendo como director o Américo Gonçalves e o chefe de redação Graça Campos. “Por pouco ‘fugia’ do sonho. Em seis meses de estágio, publiquei apenas duas notícias. Foi um verdadeiro teste. Lembro-me de ter apanhado uma enchurrada quando saia de uma reportagem no bairro Prenda e o texto não foi publicado. Dezenas de textos foram para o balde de lixo, outros mesmo depois de paginados foram retirados, foi um momento muito difícil e marcante”, lembrou.
Depois veio o desafio do Comércio Actualidade e da revista Figuras e Negócios. “Aí sim, vi um novo rumo e continuei a grande escola e vivi momentos muitos marcantes à minha afirmação como jornalista, os meus principais orientadores foram o Victor Aleixo e o Carlos Miranda”. Enquanto profissional passou também pela Orion, como repórter num programa sobre ambiente, esteve na TPA, em várias facetas, roteirista de telenovela, apresentador de programas e repórter. Mais tarde Regressou ao Angolense, já como editor, a convite de Américo Gonçalves e de seguida trabalhou no Novo Jornal.
Sobre a família Adebayo Vunge realça que este é o seu “núcleo duro, é o meu recanto e aconchego”. “Casado com a mulher que amo, uma grande companheira e com a qual tenho a felicidade de estar a educar os nossos três mui adorados filhos”, frisou.
Quando não está a trabalhar gosta de ler. “Leio um bocado de tudo. O meu pai dizia que devemos levar a leitura como o nosso alimento. O homem não vive sem alimento. Então também não devemos ficar um dia sem ler. Sinto um prazer muito grande ao folhear as páginas de um livro, revista ou jornal. Ler o pensamento alheio, descobrir, aprender muitas vezes encontrar as palavras que não conseguimos expressar nos sentimentos que temos. Só tenho pena de não poder ler mais. Gostaria de ter mais tempo para ler e escrever… quiçá um dia ou numa outra fase da minha vida profissional”, acrescentou.
Eu tenho o hábito de ler vários livros em simultâneo. Um ou dois na cabeceira, um no carro e alguns no Gabinete. Cabo-Verde Gestão das Impossibilidades, de José Maria Neves, comecei hoje mesmo e parece-me interessante. Estou a ler também O fim do Poder, de Moisés Naim e O gato e o rato de Gunter Grass.
Adebayo Vunge gosta de reler a poesia de António Jacinto, Aires de Almeida Santos ou Viriato da Cruz. Não perde a prolixa narrativa de Pepetela, a sátira de Manuel Rui, a irreverência de Ondjaki, a subtileza de José Luís Mendonça, Luís Fernando e o erotismo de João Melo. Lá fora, adora a escrita de Saramago, o tom provocador de João Ubaldo Ribeiro e Mia Couto e a construção de Coetzee. Adorou descobrir recentemente a nigeriana Chimamanda e faz questão de esclarecer que prefere falar apenas dos ficcionistas e não entrar no campo dos ensaístas e cientistas.
Tal como aos outros homenageados perguntamos-lhe sobre os seus defeitos e virtudes: “ansiedade e às vezes precipitado nas decisões e leituras, fruto da juventude, talvez; procuro ser pragmático e olhar sempre o lado positivo das coisas, como fazem os britânicos”.
Nesta altura Adebayo Vunge tem actuado na consultoria de comunicação e assessoria de imprensa. Nesta condição, passou pela Unitel, Belas Shopping e BNI. Já foi Adido de Imprensa da Embaixada de Angola em França durante mais de três anos, é professor e tem dois livros publicados: Dos Mas Média em Angola (2006) e A credibilidade dos média em Angola (2010). Próximo livro? Talvez no final do ano.
Cristão católico, o jornalista homenageado desta semana diz que acredita no poder da cruz e da trindade. “Tenho fé em Deus, o criador, o ente superior, o princípio e o fim de todas as coisas que existem sob a face da terra”.
Paulo Flores, Caetano Veloso, Mano Dibango, Waldemar Bastos, Bonga, Cesaria Evora, o semba do Carlitos Vieira Dias e da Banda Maravilha, dos Jovens do Prenda e do Carlos Burity, são as suas referências musicais. “Gosto da música e dos músicos que dialogam comigo na sua arte, que dão expressão aos meus sentimentos, ideias, anseios, pensamentos e convicções”, realçou.
Quanto aos actores preferidos destacou, entre nós, o Raul Rosário, Miguel Hurst e o Orlando Sérgio. Lá fora Omar Sy, Denzel Washington, Morgan Freeman e Angelina Jolie. No cinema há filmes que o marcaram como My fair lady, Sambizanga, Na cidade vazia, O pianista, Lista de Schindler, Forrest Gump, Papillon e outros.
Sobre o prato preferido diz que não tem grandes limitações. “A preferência para mim é relativa, depende do momento, do local, do dia da semana. Posso dizer-lhe que para mim, o sábado é sagrado, não dispenso as nossas iguarias típicas, nem mesmo quando vivi fora de Angola. Mas posso assegurar-lhe que sou bom de garfo e exigente. Adoro experimentar e provar sabores de outras latitudes”, explicou.
Internamente, a sua figura de eleição é Agostinho Neto e explica porquê: “No fundo, assumiu o comando da nossa luta colonial e deu-lhe um rumo. Ele corporiza o acto de proclamação da nossa independência que é o momento mais alto da nossa História. Acabamos com séculos de escravidão e demos a chance do homem Angolano assumir de modo autónomo o seu destino”. Externamente citou Mandela pela capacidade de unificar e perdoar; João Paulo II por ter sido um grande peregrino e evangelista, mas também Barack Obama pela audácia da Esperança no agitado mundo contemporâneo.
Que sonho tem Adebayo Vunge para Angola? Um país que consiga transformar integralmente os seus recursos para o bem da sociedade. Um país desenvolvido. Uma sociedade progressista que olhe acima de tudo para o bem-estar do homem, que é o seu principal activo. Um país que valorize o que é seu e que consiga contribuir para engrandecer África e o mundo. Uma sociedade com capacidade de inovação e conhecimento. Sonho com uma Angola que seja a maior potência de África. Que seja um país ouvido e respeitado. Posso dizer-lhe que sinto que estamos no rumo certo, ou seja, para determinadas questões, em certa medida, a nossa opinião é relevante. Mas temos margem para exercer um papel mais influente por aquilo que somos ou podemos vir a ser”.
Ele confessa que gosta muito de viajar, seja em Angola ou fora. Lobito, Huambo, Wako Kungo, Luanda são as suas referências de cidades, embora conheça 17 das 18 províncias de Angola. “Falta-me apenas o Zaire e gostava de fazer uma reportagem ali sobre o passado e o futuro – Do Reino do Kongo ao projecto LNG. Nalgumas províncias, conheço vários municípios. Na maioria das vezes, por contingências profissionais, noutras por puro interesse pessoal. Lembro-me que em Abril de 2003 fiz, pela primeira vez, a viagem por estrada, Luanda-Benguela. Ainda me recordo bem do calvário que passamos andando mais de metade do troço numa velocidade de 20km/h devido ao estado da estrada. Saimos de Benguela às 10h da manhã e chegamos à Luanda às 20:00. Um martírio. Fora de Angola tenho tido algumas descobertas interessantes, mas hoje o meu sonho é conhecer Kinshasa, Dakar, Cairo. No fundo, uma busca pelo que nos é próximo, mas ao qual nem sempre prestamos a devida atenção. A Asia continua a ser interessante, gostaria também de descobrir outros países como Tailândia e Singapura, Indonésia e o Japão”, explicou.
Licenciado em Comunicação Social pela UPRA, antes, estava a frequentar o ISCED, curso de História do qual abriu mão mesmo transitando para o terceiro ano. Embora goste, preferiu a comunicação por inerência da profissão, uma escolha da qual não se arrepende.
Após 17 anos de trabalho, Adebayo Vunge sonha ainda entrevistar o nosso Presidente, Barack Obama, um Papa, Piketty e Krugman. “Alimento o sonho de um dia ter um programa de entrevistas ao estilo do que faz o meu amigo e jornalista francês Marc Perelman, do canal France 24, que viaja por este mundo ao encontro de líderes em várias dimensões da vida: política, economia, cultura, sociedade, desporto, ciência, militar, diplomacia enfim.
E já se sente realizado? “De modo algum. Tenho 34 anos de idade e acredito que ainda posso fazer muito mais pelo meu país, pela minha família, em última análise para o bem da humanidade. Procuro sempre ter algo mais para fazer. Acredito na força da juventude e não podemos estar aqui apenas para ver a banda passar. Temos de empreender e jamais virar cara a luta”, disse finalmente.
Esta semana foi sem sombras de dúvidas, este excelente e grande profissional do jornalismo angolano Adebayo Emanuel João Vunge.
Parabéns! Continue a ser este excelente profissional, com dedicação e competências.
Todos Direitos Autoras Desta Publicação São Reservados à Página Oficial dos Jornalistas de Angola
Luanda, 21 Março de 2016
Repórteres em Serviço, Entrevista, Texto, Edição e Correcção:
É da inteira responsabilidade da equipa de
"O Jornalista da Semana em Angola"



You Might Also Like

0 comentários: